Você já deve ter ouvido que o não-verbal é responsável por 55% de uma mensagem, certo? Eu mesma já ensinei a famosa regra dos 55%, 38% e 7% no passado, mas preciso fazer alguns esclarecimentos sobre a origem desta informação
Você já deve ter ouvido que o não-verbal é responsável por 55% de uma mensagem, certo? Eu mesma já ensinei a famosa regra dos 55%, 38% e 7% no passado, mas preciso fazer alguns esclarecimentos sobre a origem desta informação. Se você levar esses números e explicações ao pé da letra, eles sugerem que você pode assistir a um filme estrangeiro sem legendas, simplesmente observando a forma como dois atores conversam. Sabemos que não é bem assim!
Os números apareceram pela primeira vez em um livro de 1971 intitulado Silent Messages ‘Mensagens Silenciosas’, escrito por Albert Mehrabian e cujo conteúdo está baseado em uma de suas pesquisas. Entretanto, a forma como o senso comum se apropriou desses achados tem pouca semelhança com o que o professor Mehrabian originalmente pretendia. A equação apresentada pelo professor Mehrabian é a seguinte:
Comunicação de SENTIMENTOS = 7% verbal + 38% vocal + 55% facial
O raciocínio do professor Mehrabian é de que as palavras, a voz e a linguagem corporal devem ser CONSISTENTES umas com as outras durante a comunicação. Se o receptor da informação detectar alguma INCONSISTÊNCIA, será o não-verbal, prioritariamente, a ser utilizado para se obter uma impressão geral sobre a mensagem.
É como você imaginar a cena de alguém falando com voz de bebê e sorrindo para seu cão enquanto diz: que cachorrinho mais feio, só faz bagunça, eu vou abrir o portão e deixar o lixeiro levar você embora! O mais provável é que o cão continue balançando o rabo, feliz porque o dono está sorrindo e usando tom de voz calmo com ele.
Esclarecido o mito, vamos aos fatos. SIM, a comunicação não-verbal e o tom da sua voz são importantíssimos para o sucesso de um discurso, mas é necessário que haja um discurso articulado e coerente!
Então como devo gesticular?
Os gestos têm de ser naturais. Dale Carnegie já dizia que ‘a gesticulação de um homem bem como sua escova de dentes, devem ser coisas muito particulares’. Nós temos que aumentar nossa coleção de gestos. O orador tem que fazer os gestos, mas sem extrapolar sua personalidade como os atores. Ele tem que encenar mantendo sua autenticidade.
- Posso manter as mãos para trás? Eventualmente? Pode. Sempre? Não!
- Posso colocar as mãos nos bolsos? Por quê?
- Posso olhar para um ponto fixo no fundo da sala? Por quê? Sério! Por quê?
Posso fixar o olhar em uma pessoa? Se for alguém conhecido e ajudar a lidar com a ansiedade no início da apresentação, sim. Mas só por alguns minutos, depois olhe para a plateia como um todo.
Eu costumo dizer que nossas mãos acabam falando sozinhas. Quando você está conversando com alguém, suas mãos também falam, você é que não percebe. A diferença é que em um discurso público você precisa ter consciência da comunicação não-verbal para não fazer gestos incoerentes ou amplos demais.
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